ROXANE ROJO
Roxane Rojo discorre que ler não é apenas
decodificação de grafemas (escrita) em fonemas (fala) e sim envolvimento de
diversos procedimentos e capacidades (perceptuais, práxicas, cognitivas,
afetivas, sociais, discursivas, linguísticas), todas dependendentes da situação
e das finalidades de leitura, algumas delas denominadas, em algumas teorias de
leitura, estratégias (cognitivas e metacognitivas). Além dessas, houve algumas
transformações, apos alguns anos, onde foram apontadas e desveladas outras
capacidades como: capacidades de ativação, reconhecimento e resgate de
conhecimento, capacidades lógicas, capacidades de interação social, etc. Ainda
estava restrito a compreensão do texto.
Mais a frente, o ato de ler passou a ser visto como
uma interação entre o leitor e o autor. O texto deixava pistas, da intenção e
dos significados do autor e era um mediador desta parceria interacional.
A leitura passa, primeiro, a ser enfocada não
apenas como um ato de decodificação, de transposição de um código (escrito) a
outro (oral), mas como um ato de cognição, de compreensão, que envolve
conhecimentos de mundo, conhecimento de práticas sociais e conhecimentos
linguísticos muito além de fonemas. Assim, podemos salientar as capacidades de
decodificação:
- Compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros
sistemas de representação);
- Dominar as convenções gráficas;
- Conhecer o alfabeto;
- Compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita;
- Dominar as relações entre grafemas e fonemas;
- Saber decodificar palavras e textos escritos;
- Saber ler reconhecendo globalmente as palavras;
- Ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras
palavras, desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura.
A todas essas capacidades acrescentam-se as capacidades de compreensão,
apreciação e réplica.
Capacidades de compreensão:
- Ativação de conhecimento de mundo;
- Antecipação ou predição de conteúdos;
- Checagem de hipóteses;
- Localização e/ou cópia de informações;
- Comparação de informações;
- Generalizações;
- Produções de inferências locais.
Capacidades de apreciação e réplica do leitor:
- Recuperação do contexto de produção;
- Definição de finalidades e metas da atividade de leitura;
- Percepção de relações de intertextualidade;
- Percepção de relações de interdiscursividade;
- Percepção de relações de linguagens;
- Elaboração de apreciações estéticas ou afetivas.
A autora argumenta que as práticas de leitura aos alunos concretizam-se
uma função social e que ler e escrever são exercícios de cidadania, e que
formar leitores é tarefa de todos e um grande desafio aos autores escolares.
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