domingo, 4 de novembro de 2012


A leitura e escrita em minha vida...

            Lembro-me do primeiro livro devorado por mim na adolescência, período em que todas as nossas emoções são extremas, é tudo ou é nada, O outro lado meia-noite, Sidney Sheldon (obviamente encantador para toda e qualquer adolescente apaixonada); não conseguia parar de ler, devorava, compulsivamente, cada palavra, parágrafo, capítulo, sentada, deitada, dentro do chuveiro, acreditem!
            Exatamente neste período percebi o quanto a leitura seria capaz de amadurecer e me fazer compreender meus pensamentos, ter a possibilidade de transgredir meu próprio mundo, saber que existem inúmeras possibilidades e (in) verdades ditas por outrem, as quais em um momento especial de nossas vidas, podem nos transformar, fazer com que reflitamos e, com certeza, nos tornemos pessoas melhores, mais humanas.
            A possibilidade de entender o outro, o mundo, as coisas que norteiam a nossa existência e, não menos importante, as lembranças intrínsecas de amigos, família, infância, amores...
            “Quando as pessoas não sabem falar ou escrever adequadamente sua língua, surgem homens decididos a falar por elas e não para elas.” (Wendell Johnson), desta forma vemos as consequências drásticas, irreparáveis e limitadas daqueles que, infelizmente, possam ter uma existência sem o domínio da escrita e da leitura; a vida desprovida de conhecimentos, experiências e belíssimas recordações.
            Neta de imigrantes, muito comum chegarem ao Brasil sendo refugiados de guerra e, não raro analfabetos no próprio idioma, tive a oportunidade de ensinar minha avó materna a ler e escrever, experiência única que me possibilitou apresentar o mundo a uma pessoa muito querida, cuja vida vi totalmente modificada após a alfabetização.
            O tempo foi passando e tomei gosto pela palavra escrita, lida, interpretada, persuasiva, amorosa, salvadora, libertadora. Comecei a (re) ler a literatura que, em algum momento da minha vida, não fazia o menor sentido, percebendo as possibilidades infinitas de aplicabilidade desta palavra em ocasiões únicas, nas quais ela se encaixa perfeitamente, fazendo muito mais sentido.
            Leio tudo, não sigo tendências e costumo dizer que o melhor livro é aquele, primeiramente pelo qual nos interessamos ou, do qual recebemos uma indicação de parentes ou amigos; todavia o prazer da leitura perpassa, simultaneamente, por vários estilos, épocas, escritores, gêneros, onde o tempo cronológico sequer importa e valem somente os prazeres advindos da literatura.

                                                                                                                                      Angelica Buchala

5 comentários:

  1. Lindo texto, Angelica!

    As palavras também exercem um mágico fascínio sobre mim.

    Beijos de luz,

    Aline***

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    1. Obrigada por ter vindo Aline e seria ótimo deixar aqui um pouco da sua experiência literária, vamos apreciar!!

      Beijos

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  2. Las palabras son pinceles que dibujan lo que somos y vivimos. Escribir para mi es el lugar donde me encuentro y a través del cual vivo con mayor claridad e intensidad; No concibo una vida sin lectura que me haga viajar y escritura que me permita llegar a casa... Me encanto el texto...

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  3. Ah Lolita, me encanta você! Agora é só deixar mais das suas palavras aqui, certo?

    besos

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  4. Desde pequena minha familia me incentivou a ler e escrever,depois que li meu primeiro livro não parei mais,simplismente devoro as páginas,me transporto para as histórias e nem vejo o tempo passar.AMO ler e um livro muito bom é " O Menino do Pijama Listrado",ele mostra que as maiores diferenças podem ser superadas com uma grande e verdadeira amizade.
    Bjos ;)

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